sábado, 9 de junho de 2018

Índice de inflação de São Luís é maior que a do Brasil


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem (08) dados referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), taxas que medem a inflação na capital maranhense. E segundo os números a capital ludovicense ficou com uma variação de 0,89%, o dobro do resultado da variação nacional que ficou com 0,40%.

“O que contribuiu para isso foi, principalmente, a variação de preço da energia elétrica e da gasolina, pois com esses dois itens tem um peso muito grande na região. Eles são muito representativos nas despesas das famílias maranhenses. O que acontece é que eles acabam impactando mais nos índice na região. Isso é um dos fatores que ajudam a explicar esse resultado, que ficou dobro do resultado do índice do Brasil”, explicou Pedro Kislonov, coordenador nacional do IPCA.

O maior índice ficou com a região metropolitana de Salvador (1,11%) em virtude da variação de 18,45% na energia elétrica, decorrente do reajuste de 16,95% nas tarifas, em vigor desde 22 de abril, aliado a aumento na alíquota de PIS/COFINS. O menor índice foi em Brasília (0,15%), motivado pela queda de 13,91% nas passagens aéreas.

Para José Reinaldo Barros, tecnologista de informações geográficas e estatísticas do IBGE Maranhão, José Reinaldo Barros, as unidades onde esses itens não produzidos, apresentam uma variação bem maior nos preços. “Praticamente, 1/3 dos itens que compõe a cesta de bem e serviços em São Luis é de alimentação. Ou seja, grande parte deste índice, vem de fora e naturalmente com um custo muito maior do que aquele local de origem.”.

Segundo José Reinaldo o resultado da variação de preços envolve questões como a demanda e oferta de serviços que, no caso de algumas unidades (cidades) pesquisadas tem um papel importantíssimo nos custos dessas empresas. “Um aumento, por exemplo, de uma gasolina, tem um impacto do índice de preço e nos custo para esses fornecedores. Como é caso também da variação de preço da energia elétrica, que teve um peso na muito grande neste mês de maio”, explicou o tecnologista.     

Na pesquisa foram considerados nove grupos de produtos e serviços: alimentação e bebidas; artigos de residência; comunicação; despesas pessoais; educação; habitação; saúde e cuidados pessoais; transportes; e vestuário. Eles são subdivididos em outros itens. Ao todo, foram consideradas as variações de preços de 465 subitens.

O IPCA é utilizado pelo Banco Central como um medidor oficial da taxa de inflação no Brasil, oferecendo a variação dos preços para o consumidor final. A pesquisa objetiva saber quais foram os preços cobrados ao consumidor em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios (para verificar valores de aluguel) e concessionárias de serviços públicos. Em geral, a coleta dos dados acontece de 1° ao dia 30 do mês de referência, comparados com os preços praticados nos 30 dias anteriores a esse do mês de referência.

Resultados mensais da variação de preços

Além da capital maranhense, o IBGE passou medir mensalmente a variação de preços nas cidades de Aracaju (SE) e de Rio Branco (AC).  Com isso, o SNIPC atinge a cobertura de um total de 16 locais, aumentando a representatividade do Norte e Nordeste no cálculo da inflação do país.
Além das novas áreas, a cesta de itens e subitens dos índices de preços será ampliada. Entre os novos subitens, estão o sururu (molusco semelhante ao mexilhão), em Aracaju, e os peixes curimatã e tambaqui, ambos em São Luís e Rio Branco.

“Para nós do IBGE é extremamente importante incluir São Luís para que o consumidor possa ter uma referência de como esta está à variação de preço na área dele. Essa pesquisa vai ter resultado mensal na variação de preço de itens específicos para o consumidor de São Luís, como no caso o arroz, feijão, gasolina, energia elétrica, entre outros. Ou seja, vamos ter um quadro de variação regional de cada um desses subitens”, explica coordenador nacional do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, Pedro Kislonov.

Para o economista do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômico e Cartográfico (IMESC), Erivam Rabelo, a pesquisa vai ajudar no estudo que o órgão tem sobre os impactos deste resultado no bolso do consumidor. “Com essa nova pesquisa, vamos poder dar mais foco e precisão nos preços que subiram para mais ou para menos em todo estado e definir os impactos que eles tiveram no dia a dia do consumidor”, informou.

Atualmente, o IBGE faz todos os meses à divulgação da taxa de inflação referente às regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia e Campo Grande. A entrada dos novos locais está inserida num processo gradativo de expansão da área do SNIPC.

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