O vice-presidente da Assembleia
Legislativa do Maranhão, deputado estadual Othelino Neto (PCdoB), demonstrou
preocupação com a polêmica em torno do Projeto de Lei Complementar, n.º 28, que
tramita no Senado, e que, possivelmente, criará embaraços para aplicativos como
o Uber e outros semelhantes. Para ele,caso o Congresso aprove essa matéria que
inviabiliza essas novas formas de tecnologia, será um desserviço aos
brasileiros.
Segundo o deputado, essas novas
modalidades de transportes alternativos têm sido muito utilizadas pela
população que já se habituou à sua praticidade. “Que o Senado Federal reflita
bem sobre esta matéria, que tem chamado a atenção do Brasil e provocado grandes
debates nas redes sociais”, disse Othelino durante o pronunciamento.
O parlamentar lembrou que, após o
surgimento do Uber e de outros aplicativos semelhantes, pelos quais se pode
acionar o veículo pelo celular, houve inclusive, em São Luís, uma preocupação
dos taxistas em melhorar os serviços. De acordo com ele, houve maior controle
dos preços, porque esses aplicativos começaram a aplicar preços abaixo dos
cobrados pelo mercado de transporte e pôde ser notada uma grande aceitação da
população.
“Não só aqui em São Luís, mas em outras
cidades por onde andamos, percebemos que esses aplicativos viraram uma
realidade. Várias, milhares de pessoas utilizam a todo tempo os aplicativos”,
disse Othelino ao defender que os aplicativos sejam regulamentados, que paguem
os seus tributos normalmente, assim como os taxistas. Segundo ele, criar um
embaraço legal com a aprovação desse projeto é, mais uma vez, virar as costas
para a população brasileira.
Reflexão
Othelino disse esperar que o Congresso
Nacional que, nos últimos tempos, tem tido decisões que entristecem o país,
mais uma vez, não aprove um projeto de lei que vai desagradar a grande maioria
da população. O deputado lembrou que hoje cerca de 500 mil motoristas estão
envolvidos com o Uber e outros aplicativos.
“Neste momento de crise, onde o
desemprego ainda está elevadíssimo, são alternativas que permitem com que todas
essas pessoas e, consequentemente, suas famílias tenham renda. Agora criar um
embaraço legal vai agravar, fazendo com que essas pessoas também passem a
constar na lista dos desempregados com as consequências econômicas e sociais
que isso vai acarretar”, afirmou.
O deputado disse torcer - embora não
conte com a sensibilidade dos senadores do Maranhão que têm decepcionado, para
que os parlamentares brasileiros, em sua maioria, não permitam o retrocesso e
não imponham óbices legais ao Uber e a outros aplicativos porque eles só fazem
bem à população. “E, neste caso, esta concorrência faz bem para as pessoas que
têm o serviço diversificado de transporte para utilizar, de acordo com a sua
própria opção”, frisou.
Boa concorrência
Ao finalizar, Othelino disse que o
pronunciamento não é, de nenhuma forma, para desagradar aos taxistas, mas para
garantir que eles tenham o seu espaço; que os prestadores de serviços desses
aplicativos também possam trabalhar, claro, regulamentados, pagando os
impostos, normalmente, para que também não haja concorrência desleal com
nenhuma categoria.
“Proibir não é a solução. Isso criaria
um grande problema social para o Brasil e seria mais um ato do Senado que
mostraria estar de costas para a sociedade. Então, peço que o Senado Federal
reflita bem sobre este projeto de lei, número 28, que tem chamado a atenção do
Brasil e provocado grandes debates nas redes sociais”, concluiu.
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