segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A boa ressaca norte-americana...


Chegam ao Brasil quatro marcas de cervejas especiais dos Estados Unidos. Na verdade, as bebidas norte-americanas já estão por aqui desde março deste ano pela importadora Brazil Ways. No mesmo mês, a empresa Tarantino, em São Paulo, apresentou exemplares da cervejaria Anderson Valley, da Califórnia. Na sequência, carregou também a Flying Dog, do estado de Maryland, e mais recentemente a Rogue, do Oregon. Juntas elas somam mais de trinta rótulos à disposição dos brasileiros.

As cervejas especiais são fabricadas em microcervejarias, muitas vezes de forma artesanal. Além de serem produzidas em menor escala, elas fogem do padrão de receita consolidado pelas grandes indústrias porque estão submetidas, entre outras coisas, há tempos e tipos de fermentação diferenciados. Por isso, tendem a ser muito mais aromáticas e gastronômicas. Alemanha, Irlanda, Escócia, Inglaterra e Bélgica são velhas conhecidas nesse ramo.

A história da cerveja nos Estados Unidos é, no mínimo, curiosa. Vai do conservadorismo extremo à diversidade ilimitada que hoje garante ao país a fama de “novo mundo da cerveja”. Foram os imigrantes ingleses que trouxeram a bebida no início do século XVII. Depois vieram os irlandeses, escoceses e alemães, responsáveis por desenvolver e enriquecer a cultura cervejeira naquele país. “Houve um tempo em que cada cidade americana tinha a sua própria fábrica, às vezes até duas, e o consumo era local”, explica Gilberto Tarantino, proprietário da importadora Tarantino.

Bem mais tarde, em 1920, a Lei Seca pôs os Estados Unidos em abstinência durante treze anos. Até então, as do tipo lager, claras, leves e suaves, dominavam o paladar norte-americano, que acabou ficando empobrecido durante esse intervalo histórico de proibição.

Os goles de renovação só vieram mesmo nas duas últimas décadas. Liderado pelas microcervejarias e pelas produções caseiras, o renascimento cervejeiro norte-americano ficou marcado pela produção alternativa, com padrões próprios e, de certo modo, distantes da tradição europeia. “Os alemães são puristas, usam apenas água, malte, lúpulo e fermento. A escola americana é mais criativa”, conta Iron Mendes, da importadora Brazil Ways. Ele comenta que é comum encontrar por lá cervejas com ingredientes como abóbora, pêssego, avelã, mel, açafrão e aveia em suas fórmulas

Os norte-americanos são apurados também na fabricação das cervejas “extremas”, que usam nível elevado de lúpulo em suas formulas. E não é por acaso. Junto de Alemanha, China e República Tcheca, os Estados Unidos compõem o grupo de países dono de 80% da produção mundial de lúpulo. Usado em concentrações maiores, o lúpulo confere amargor à bebida. Para efeito de comparação, enquanto a nossa “loura” do dia a dia possui dez unidades de amargor, há rótulos americanos que chegam a oitenta.

As marcas

Anderson Valley
Criada no estado da Califórnia, a marca é conhecida por ser ecologicamente responsável. Usa energias solar e eólica na produção e a distribuição local de suas garrafas é feita por cavalos e carros elétricos. Entre os seis rótulos – distribuídos em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais –, o destaque é a amarga Hop Ottin Índia Pale Ale, uma das cervejas com maior concentração de lúpulo em circulação no Brasil. Os preços sugeridos pela importadora Tarantino variam de 20 a 38 reais.

Brooklyn
Leva o nome do bairro onde nasceu, em Nova York. Está na lista das principais cervejarias artesanais no país - mérito que também se deve ao seu mestre-cervejeiro Garret Oliver. Segundo Iron Mendes, da importadora Brazil Ways, as quatro versões da marca que desembarcam aqui são distribuídas em doze estados brasileiros. “Onde não há pontos de venda, nós aceitamos pedidos de encomenda, que podem ser feitos pelo site”. A Lager, a East India Pale Ale e a Brown Ale são vendidas em versão long neck. A Local 1, uma Ale refermentada, vem em garrafa de 750 mililitros. Os preços sugeridos pela importadora variam de 9 a 39 reais.


Flying Dog
Do estado de Maryland, a marca tem o cachorro vira-lata como ícone e é famosa por rótulos divertidos – ilustrados pelo artista britânico Ralph Steadman. Das dez receitas disponíveis, quatro se encaixam no perfil das cervejas “extremas”, com alto teor de lúpulo, caso da Gonzo Imperial Porter. As garrafas podem ser encontradas em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais com preços que variam de 15 a 26 reais.

Rogue
Entre as microcervejarias norte-americanas, a Rogue, do Oregon, é uma das que possui maior variedade de rótulos. Além de criativa, produz o lúpulo em fazenda própria. Dos trinta tipos fabricados nos Estados Unidos, catorze chegaram ao Brasil. Quase todas as cervejas da marca contam com alta concentração de lúpulo. Os preços sugeridos pela importadora variam de 44 a 52 reais (a garrafa de 660 mililitros).


SERVIÇO

Importadora Brazil Ways - http://www.brazilways.com.br/
Importadora Tarantino - http://www.tarantino.net.br/

Fonte: http://www.ig.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário