O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10º Vara
Federal do Distrito Federal, aceitou nesta sexta-feira, 23, denúncia
apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2017 contra os
ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os ex-ministros da
Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari
Neto. Com a decisão, os petistas se tornam réus e serão julgados pelas
acusações do inquérito conhecido como “quadrilhão do PT”, em que são acusados
do crime de organização criminosa.
Ao receber uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF),
o magistrado não faz juízo sobre o mérito da acusação e observa apenas se há
indícios suficientes para que a ação penal seja aberta e os acusados sejam julgados,
após a oitiva de testemunhas e a apresentação das defesas. Formulada em setembro do ano passado pelo então
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a denúncia aceita hoje acusa os
ex-presidentes de terem liderado, durante seus governos, entre meados de 2003 e
maio de 2016, uma organização criminosa que lesou a Petrobras.
Segundo a acusação formulada por Janot, foram desviados da
estatal petrolífera 1,5 bilhão de reais ao longo dos catorze anos em que a
suposta organização criminosa vigorou. Conforme as investigações da Operação
Lava Jato, os valores possibilitaram o pagamento de propinas pelas empreiteiras
Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Engevix, que
tinham contratos com a Petrobras.
“Verificou-se o desenho de um grupo criminoso organizado,
amplo e complexo, com uma miríade de atores que se interligam em uma estrutura
de vínculos horizontais, em modelo cooperativista, nos quais os integrantes
agem em comunhão de esforços e objetivos, bem como em uma estrutura mais
verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e
tomadas de decisões mais relevantes”, afirmou o então procurador-geral.
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