O embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini,
visitou o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) na manhã desta segunda-feira
(5/11), para tratar do futuro da relação entre os dois países e discutir a
situação do ativista italiano Cesare Battisti, condenado no país europeu por
terrorismo.
Battisti foi condenado a 12 anos sob a responsabilidade de
participar de um grupo armado e pelo assassinato duas pessoas, sendo acusado de
outros dois homicídios.
Na França, recebeu proteção sob a Doutrina Mitterrand.
Mais tarde, ele foi julgado à revelia com base em depoimento no julgamento de
Pietro Mutti, implicando-o em quatro assassinatos, o que elevou o total de
acusações contra ele para 36. Ele recebeu uma sentença de prisão perpétua, com restrição
de luz solar. Após a revogação de facto da Doutrina Mitterrand em 2002,
Battisti entrou no Brasil com documentos falsos para evitar uma possível
extradição. Ele foi preso no Rio de Janeiro em 18 de março de 2007 por policiais
brasileiros e franceses.
Posteriormente, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu a ele o status de refugiado político, em uma decisão polêmica que foi muito criticada na Itália, enquanto a imprensa brasileira e internacional ficou mais dividida. Em 31 de dezembro de 2010, no último dia efetivo de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, a decisão de não permitir a extradição foi oficialmente anunciada.
"O caso Battisti é muito claro. A Itália está pedindo a
extradição do Battisti, o caso agora está sendo discutindo no Supremo Tribunal
Federal e esperamos que o Supremo tome uma decisão no tempo mais curto
possível", disse Bernardini. O embaixador não quis antecipar se Bolsonaro
fez alguma promessa sobre o caso, mas destacou que o presidente eleito "tem
ideias muito claras sobre Battisti". Bolsonaro já declarou que pretende
autorizar a extradição do italiano.
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