quinta-feira, 24 de maio de 2018

Greve deixa postos de São Luis sem combustível


Postos de combustível de São Luís já estão sentido a greve dos caminhoneiros, muitos já estão sem gasolina, outros já estão com o tanque de abastecimento do posto ficando vazio, alertou um frentista de um posto de combustível do bairro da Cohama. “Já estamos ‘no osso’ e daqui algumas horas ou até menos, vamos estar sem gasolina”, alerta.

O Posto São Marcos, na Avenida dos Holandeses, as frentistas já avisam logo aos motoristas que não tem gasolina. “Estamos esperando o abastecimento, pois o caminhão esta parado no Poeto de Itaqui, esperando ser liberado. Mas não temos previsão de quando isso vai acontecer”, explicou.

Para gerente operacional do Posto São Marcos, Carmelita Vieira, a interrupção da comercialização de combustível gera prejuízo incalculável. “Não quero nem pensar porque minha cabeça está doendo só de imaginar isso”, diz aflita a gerente. Segundo ela, a situação se agrava ainda mais pela falta de compreensão dos clientes. “Muitos motoristas chegam aqui, olham o posto sem combustível e não entendem. Saem aborrecidos com a gente. Isso nos deixa ainda pior”, lamenta.

Para o motorista Carlos Alberto Filho, que pretendia viajar de carro para o interior do estado a trabalho, a situação ficou bem complicada. “Não sei nem o que fazer, pois tenho que estar no município de Codó ainda hoje (ontem). Se abasteço com etanol, vou gastar o dobro, pois terei que fazer mais um abastecimento na estrada, isso se eu encontrar álcool em algum posto até lá.”

No Posto Natureza, na Ponta D´Áreia, uma fila de carros foi formada para garantir combustível pelo menos até o fim da greve. “Não estava pensando em encher meu tanque agora, até porque o valor deste posto é bem maior do posto que geralmente coloco, mas com a gasolina que estou aqui não vai dar pra chegar até lá, corro o risco de ficar no meio da estrada e de não encontrar mais postos com combustível. O jeito é ficar na fila, pois não posso ficar sem meu carro, que é minha fonte de trabalho”, lamenta Rodrigo Santana, motorista do Uber.  

A gerente operacional do Posto São Marcos, Carmelita Vieira, viu seu estabelecimento interromper as atividades devido à falta de abastecimento de combustível. Com quatro dias de greve em várias rodovias do Brasil, os transtornos começam a aparecer na capital maranhense.

A greve no estado

A paralisação dos caminhoneiros esta em seu quarto dia (até ontem) seguido. Eles estão fazendo manifestações em 25 estados e no Distrito Federal causando reflexos em todo país. A manifestação nacional é em virtude da alta do óleo diesel que faz parte da política de preços da Petrobras, em vigor desde julho do ano passado.

No Maranhão eles mantêm a greve em dez pontos nas rodovias que cortam o estado. No caso da capital, o combustível chega de navio, mas tem que ser misturado com o álcool para ser distribuídos nos postos, os caminhoneiros estão parados na área do Porto do Itaqui. Os atos foram iniciados na última segunda-feira (21) como foi anunciado pela categoria. Com exceção da manifestação no município de São Domingos do Maranhão, onde foi registrada uma interdição total no final da tarde da última quarta (23).

Na última terça-feira (22), os protestos aconteceram em seis pontos de rodovias federais que cortam o estado. Os atos ocorreram na BR-135, em São Luís; na BR-010, em Imperatriz e Estreito; e na BR-316, em Caxias, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A Petrobrás anunciou que o preço deste combustível deve cair 1,54%, na quarta-feira (23). Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Sem trégua

O presidente Michel Temer (MDB) disse, no planalto, que tentaria uma nova “trégua” com os caminhoneiros, enquanto sua equipe econômica busca brecha no orçamento para compensar a diminuição de impostos que incidem sobre o diesel. Em entrevista realizada, ontem, pelo secretário de Governo, Carlos Marun, disse que o governo não deve fazer nenhuma nova oferta na reunião marcada para a tarde de ontem com representantes da categoria. No entanto, o líder do movimento disse que só cessaria a greve caso os pedidos fossem atendidos e postados no Diário Oficial da União, como representação legal de que o acordo entrou em vigor.

Reabastecimento

Em algumas regiões, produtos como botijão de gás e até mesmo pão para lanchonetes, têm faltado. Em São Luís, por conta da falta de diesel, muitos ônibus coletivos estão parados, o que pode gerar um grande problema no transporte público na capital. A greve dos caminhoneiros está afetando diversas áreas como um “efeito dominó”. Segundo o líder do movimento, mesmo que a greve cessasse ontem (24), o sistema de reabastecimento demoraria cerca de uma semana para voltar ao normal. Isto é válido tanto para redes alimentícias quanto para postos de combustível, entre outros.


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